Data
2004
Título
Cadernos do Rivoli 02 – Novo Circo
Coordenador editorial
Isabel Alves Costa
Edição
Culturporto
Dimensões e Impressão
255 x 205 mm
Offset, 2 cores (Inova, Porto)
Durante a recente polémica à volta da ocupação do Teatro Rivoli do Porto, e sua subsequente desocupação (tanto de “ocupantes”, como de qualquer sombra da excelente programação que o teatro apresentara na 2ª metade dos anos 90 e na 1ª desta década), não vi, por parte dos jornalistas (os media parecem gostar mais de histeria e greves de fome à porta do teatro do que saber o que de lá saiu como reflexão), qualquer menção aos Cadernos do Rivoli, revista publicada pela Culturporto entre 2003 e 2005.
Talvez o reflexo de uma inegável falha na distribuição e divulgação mediática do projecto, essa foi uma ocasião perdida para se provar que aquele local emblemático da melhor cultura do e no Porto também produzira um meio de auto-exegese e de arquivo. Vivi e trabalhei no Porto entre 1998 e 2001, altura em que a programação do Rivoli foi a única de que tenho uma memória forte: recordo Les yeux sans visage de Franju, uma excelente cópia de Taxi Driver de Scorsese no ciclo dedicado a Bernard Herrman, o ciclo completo dedicado a Visconti, e alguns dos melhores espectáculos inseridos no Festival de Marionetas, sobretudo uma fabulosa encenação de Máquina Hamlet pelo El Periferico de Objetos da Argentina.
A revista pretendia-se graficamente inconspícua, o que tentei expressar na grelha, a duas colunas com texto alinhado à esquerda e títulos nas páginas esquerdas a correr ao longo da largura. A fonte de base foi a Oranda, do tipógrafo Gerhard Unger, uma fonte serifada mas com a força e elasticidade de uma sans (que preferi à Officina de Erik Spiekerman), com a pontual combinação com a Helvetica Neue, usada sobretudo na capa. A periodicidade era, sensivelmente, trimestral, sendo cada número dedicado a um tema ou a um ciclo de espectáculos apresentados no teatro. Os 4 números feitos foram, respectivamente, sobre o ciclo “Capicua” (1), o Novo Circo (2), o ciclo “Pontapé de saída” (3) e a Dança (4). (Prova A)
Pessoalmente, o número mais satisfatório de fazer e aquele que, creio, terá tido um impacto mais apelativo, foi o do Novo Circo. O próprio tema permitiu libertar-me das amarras essencialmente informativas e “arquivísticas” do projecto, tentando criar na iconografia uma tensão entre as imagens de espectáculos de Novo Circo e imagens do “velho” circo. (Provas B e C) A revista inclui um pequeno portfolio fotográfico meu à volta dos “restos” de um acampamento do Circo Chen em Cabo Ruivo, Lisboa (Prova D).
Como atrás referi, o projecto enfermou de uma má distribuição, pelo que, aos interessados em obter agora exemplares dos Cadernos, não sei dizer onde e se o podem fazer. A loja do Norteshopping da FNAC chegou a vendê-los, segundo creio, mas o ponto de venda central era o Rivoli. Esse mesmo teatro que agora se assemelha a mais um posto da IURD em pleno centro do Porto.
Prova A
Prova B
Prova C
Prova D