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A Liberdade da Imagem (1974-1986)

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Por muito amável convite do seu curador, José Bártolo, o meu texto “Os livros dos mil dias” foi publicado no jornal que acompanha a  exposição  “A Liberdade da Imagem (1974-1986)”, inaugurada a 29 de Maio (com termo a 21 de Setembro) em sete locais da cidade do Porto (Casa do Infante, Museu Romântico Quinta da Macieirinha, Palacete dos Viscondes de Balsemão, Casa Museu Guerra Junqueiro, Galeria, Municipal Almeida Garrett, Sala VIP da Casa da Música e Museu de Arte Contemporânea de Serralves) e produzida pela ESAD e pela C.M. do Porto. Pude já dar uma vista de olhos em Agosto (e conto poder dar mais uma em Setembro).

Achei curiosa a forma de expor os livros a que Miguel Vieira Baptista recorreu na montagem da exposição. Consegui estabelecer uma relação imediata entre o impacto destes livros da fase revolucionária (e pós) no chão dos diferentes espaços expositivos (vi-os assim no Palacete Visconde de Balsemão e na Casa do Infante) e a situação em que mais comummente os encontramos de há uns bons anos a esta parte (sobretudo desde o início dos anos 90 e o fim da URSS): pelo chão, nas feiras de velharias um pouco por todo o país (foi a partir desse ponto, precisamente, que comecei o meu texto).

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Saber olhar para trás (como os chineses)

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Um livro e uma revista, dois projectos díspares em ambição mas que comungam do mesmo desejo de olhar para trás, com serenidade e distanciamento, e capturar uma imagem ou as imagens possíveis da história do design gráfico português no último meio século. Depois de anos a olhar febrilmente em frente e para os lados, será a crise a oportunidade de recuperar e reflectir sobre o que foi sendo esquecido?*

Numa pesquisa fortuita na internet, dentro de um nicho de interesse que confesso, descobri há pouco tempo um livro chamado Testimonios del Diseño Gráfico Cubano 1959-1974 (2010), com coordenação de Héctor Villaverde. Trata-se de uma análise intensiva da actividade gráfica cubana (dos cartazes ao design editorial) baseada em testemunhos orais transcritos, com mais de 300 páginas. Ou seja: num país económica e geograficamente muito mais modesto do que o nosso (ainda os há), com uma história cultural muito menos extensa, edita-se e produz-se um volume desta dimensão que cobre apenas um trecho temporal de 15 anos.

Este orgulho pelos feitos históricos do design gráfico nacional traduzido em edição de livros é comum a países tão diversos como a República Checa, o Brasil, a Argentina ou a Holanda, para além das incontornáveis potências culturais europeias e norte-americana. Em Portugal, nos vinte anos de “vacas gordas” que se sucederam às crises pós-PREC e à entrada na CEE e que precederam a chegada da presente crise financeira pandémica, olhou-se freneticamente em frente e para os lados. Perante o impulso da prática e do aggiornamento da actividade face os padrões internacionais, o design gráfico em Portugal vivia num frenesi de actualidade e de novidade: a História era algo a exigir um distanciamento, uma serenidade e uma capacidade reflexiva que a excitação e o burburinho dos novos tempos não permitiam ou não pediam. Contam-se pelos dedos de uma mão mutilada as edições sobre a história do design gráfico nacional nesse período, e os livros de referência publicados (como a monografia sobre Sebastião Rodrigues na Gulbenkian ou o catálogo da exposição da obra de João Abel Manta no Museu Bordalo Pinheiro, em 1992) foram raríssimos e estão hoje remetidos aos alfarrabistas. Mesmo as edições com base em testemunhos de grafistas, ilustradores, tipógrafos ou designers foram quase inexistentes (salvou-se o Falando do Ofício, uma edição de 1989), e a ausência de massa crítica na imprensa, quer em revistas (em Portugal não há hoje uma única revista sobre design gráfico nas bancas, e há já quase 10 anos que é assim) quer nas colunas dos jornais, foi confirmando o quadro geral de escassez. A julgar pela produção editorial, não parecíamos gostar ou querer provar que gostávamos da nossa tradição gráfica, excepção feita ao panteão do primeiro modernismo em torno do incontornável Almada (e mesmo esse ia acumulando pó).

A crise parece ter despertado esta ânsia de olhar para trás de forma objectiva e selectiva e, sobretudo, de preservar para memória futura através da edição. Depois do arranque da “Colecção D” há pouco mais de um ano, uma série de monografias sobre designers portugueses clássicos e contemporâneos publicadas pela INCM (e a cujo ritmo espaçado de lançamentos a dita crise não será alheia), eis que chega este Design Gráfico em Portugal de Margarida Fragoso (Livros Horizonte). Desta editora tinha já saído em 2009 um muito interessante sortido de textos no volume bilingue O Triunfo do Desenho, alguns dos quais se revelaram de extrema importância neste novo ímpeto de analisar e captar imagens do nosso passado gráfico. Constituindo-se a partir de uma tese académica da sua autora, Design Gráfico procura cruzar o eixo diacrónico de uma história resumida da cultura visual de cariz popular em Portugal desde finais do século XIX (e seu contexto internacional, em dinâmica de influências e comparações) com aportações testemunhais do que aqui se chamam “actores significantes”, designers gráficos com carreiras activas nos últimos 60 anos (sendo Maria Keil, recentemente falecida, a mais “veterana”). Sem o orçamento ao dispor da INCM, a Livros Horizonte não pôde claramente investir num aparato gráfico e de acabamento ao nível do da Colecção D, mas a “aridez académica” de que padece em parte este volume não é culpa apenas desse menos inspirado design do livro (o Triunfo do Desenho era bem mais apelativo), tendo faltado porventura um trabalho de edição que limasse a excessiva compartimentação do discurso e um “aparato” em certos casos desnecessário (tal como o Anexo “técnico” sobre impressão e o glossário). Na sua melhor parte, a das entrevistas, nota-se também alguma falta desse labor editorial em alguns detalhes (a excessiva rigidez ou “controlo” das respostas em algumas entrevistas trai o facto de terem sido feitas por email, ao contrário dos ritmos típicos das conversas transcritas que se sentem noutras), mas ele não retira o valor a alguns destes testemunhos, e é neles que está o grosso da importância deste volume. Destaco as entrevistas a Carlos Rocha, Henrique Cayatte, Luís Filipe Abreu, Maria Keil e José Brandão, mas é nas palavras explosivas e muito honestas (uma autêntica excepção no discurso público dos “actores significantes” do design português) de Jorge Silva que está a “granada de mão” encerrada neste livro, um repto à reforma do design dos jornais e revistas que vai deixar muita redacção de orelhas a arder.

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Ora é precisamente como revista que a PLI se apresenta, apesar de neste seu número duplo 2/3 ela desafiar gráfica e tactilmente o que habitualmente concebemos como “revista”. Publicada pela Escola Superior de Arte e Design do Porto, a qualidade e arrojo gráfico deste volume (com design de João Martino e edição de José Bártolo) denotam a solidez financeira da instituição que sustenta este projecto, a qual deixa igualmente prever alguma continuidade do mesmo. Apesar de centrado na questão da edição de livros de artista e no universo algo restrito em que elas se produzem e comercializam, a surpresa deste número PLI está na abrangência histórica e ambição de alguns dos seus textos, e dos seus proveitosos cruzamentos com as matérias de design editorial e edição. Nesse sentido, são realmente incontornáveis, pela sua qualidade informativa e documentação iconográfica, textos como “A liberdade está a passar por aqui” de José Bártolo, sobre o design gráfico português na década de 1970, “perdida” entre dois booms sócio-culturais (com uma pertinente revalorização da obra gráfica de Armando Alves); “Almada e Ernesto Dois Nomes de Guerra”, de António Quadros Ferreira e Paulo T. Silva, sobre o “mixed media” de Ernesto de Sousa em torno da figura de Almada Negreiros, ou (apesar de infelizmente curta) a entrevista a Luís Miguel Castro em torno do seu trabalho como director de arte da revista K nos anos 90 e dos catálogos da Cinemateca (e à qual terá talvez faltado o complemento de algumas perguntas a João Botelho, companheiro de jornadas gráficas daquele e muito referido na entrevista). Foi também pedido a uma série de designers que escolhessem o seu livro “fetiche”, num segmento que, apesar da (previsível) irregularidade na qualidade dos textos de argumentação das escolhas, reforça esta orientação assumida e saudavelmente “arqueológica”.

Na apresentação da PLI em Maio último, Luís Miguel Castro referiu que, ao contrário dos “ocidentais”, os chineses não se preocupam com o futuro, preferindo antes analisar cuidadosa e profundamente o seu passado e fazer desse estudo o mapa para o caminho a percorrer. Parece, pois (e agora que da China chega algo mais do que apenas sabedoria milenar e comércio de bairro), ser hora de o fazermos também no que toca ao nosso património gráfico e editorial. Ainda que de forma desigual e com ambições díspares, estas duas publicações são dois passos seguros nesse caminho.

*texto escrito em Junho de 2012

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Sementes de carvalho sobre uma mesa de pinho

Na mesa montada na Fabrico Infinito no Sábado, pelas 16 horas, para a apresentação do número duplo da revista PLI. Da esquerda para a direita: Luís Miguel Castro, Sandra Vieira Jurgens, José Bártolo, eu e João Martino. Quando abri a boca, limitei-me a transmitir a sensação com que fiquei desde o primeiro contacto físico com revista, dois dias antes, e que se reforçou com a leitura quase completa deste número: que, neste particular formato, a PLI é um objecto irresistível, tanto visual e tactilmente como pelo seu conteúdo.

Optando por um arriscado sortido de formatos e texturas, como se fosse, de facto, a aglutinação de um conjunto heteróclito de pequenas edições (a propósito de um dos textos aqui publicados, lembrei-me da Aspen de 1965-1971, a “revista numa caixa”, uma das quais foi concebida por Quentin Fiore logo após a publicação do Medium is the Massage), a dupla Bártolo (editor) e Martino (director de arte) conseguiu criar um objecto editorial que tem na ausência aparente de uma vontade uniformizadora do estilo ou temáticas dos textos um dos seus maiores trunfos e apelos para o leitor, pelo desafio que coloca a este e pela recompensa que o espera nos possíveis (necessários mesmo) regressos à revista para novas leituras, novos cruzamentos. Receio diferir aí da Sandra Jurgens, que defendeu um caminho estilisticamente mais uniforme e coeso no futuro da revista: é precisamente esta oferta multiforme, quase caótica, que me fascina, tanto mais quando a qualidade dos textos à disposição complementa a cola da lombada na função de elemento aglutinador desta miríade de propostas.

Dos dezasseis “artigos” (termo que aqui pecará, de alguma forma, por defeito), poderia começar pelo de Maria João Baltazar, “Design e mediação comunicacional”, onde se analisam duas obras incontornáveis na história do design editorial e no contexto do estatuto do designer como autor: Malerei, Fotografie, Film de Moholy-Nagy (1927) e The medium is the massage de Quentin Fiore e Jerome Agel, “samplando” obras de Marshall McLuhan (1967). Desde que li o artigo sobre ele no já distante Design Writing Research da dupla Abbott Miller/Lupton que o trabalho de Fiore neste paperback (e noutros, genericamente conhecidos como “inventory books”) é uma das minhas referências e uma fonte de deleite. Calhou a coincidência de ter recebido a revista quando estava a ler precisamente o notável ensaio de Jeffrey Schnapp e Adam Michaels The Electric Information Age Book (Princeton AP, 2012) sobre o trabalho de Fiore e Agel na redefinição da função do paperback e as suas experiências de fusão do mesmo com o layout das revistas, fazendo a produção ultracomercial de livros de bolso na América mergulhar (durante uns anos: de 1967 a meados da década seguinte) na mesma fonte de inspiração de onde brotara o livro de Moholy-Nagy e outros produtos do modernismo dos anos 20 e 30. O texto de Baltazar não recorre ainda a este decisivo estudo (seguindo mais o texto de Miller/Lupton, que não acentuava ainda o papel crucial de Agel na produção do livro), e usa como fonte iconográfica a edição da Gingko de 2001, e não a original da Bantam (Carson não bate Fiore no que toca a este livro, lamento), mas como não ficar “agarrado” à revista quando se entra por um raríssimo texto em português sobre um dos quase esquecidos da história do design gráfico?

Incontornáveis: o texto de José Bártolo sobre os anos de 1970, essa década “perdida” entre dois booms sócio-culturais (um dos muitos  trunfos do texto está numa revalorização da obra gráfica de Armando Alves); Almada e Ernesto Dois Nomes de Guerra, de António Quadros Ferreira e Paulo T. Silva, sobre o “mixed media” de Ernesto de Sousa em torno da figura de Almada Negreiros, longo work in progress entre 1969 e 1983; a entrevista (necessária mas infelizmente curta) de José Bártolo a Luís Miguel Castro, o designer e director de arte da revista K e de alguns dos melhores catálogos da Cinemateca (e que grande conversa não seria ainda mais se a ela se tivesse juntado João Botelho?); Self-initiated design, uma surpreendente e interessantíssima excursão de Patrick Lacey e Susanna Edwards a outro livro que teve um designer como “iniciador” e autor, Fischer V. Spassky de Derek Birdsall (Penguin, 1972); “Entusiasmo pela publicação”, um panorama das small presses e (auto)publicações na Holanda, Espanha e Reino Unido; uma curiosa recolha de “Statements” sobre a edição feita por designers, da qual destaco o belíssimo texto de Steven McCarthy, para quem estas pequenas edições de autor/designer se assemelham às centenas sementes de carvalho caem no terreiro junto à sua casa, as quais dificilmente germinarão e se tornarão em futuros carvalhos, mas que forçam, pelo seu exemplo, muitas outras sementes a espalharem-se por muitos outros terreiros. Novos regressos à revista poderão fazer-me baralhar e renovar este naipe de escolhas (baseadas, mais do que num critério objectivo, em afinidades de gosto e referências).

À minha frente na mesa, além do livro de Schnapp/Michaels, tinha comigo dois exemplos precisamente desta “vontade de publicar” que é transversal a designers/artistas de várias gerações e condições profissionais ou sociais. São dois livrinhos (auto)publicados por Robert Massin na sua Typographies Expressives: de como um designer com quase noventa anos não baixa os braços perante a dificuldade em aceder à edição comercial de “primeira divisão” (onde ele, aliás, trabalhou durante décadas) e usa os recursos tecnológicos à disposição (como a impressão digital, que permite tiragens reduzidas e uma gestão faseada da produção) para publicar conteúdo de qualidade.

Perante este presente tóxico, a PLI oferece-nos (e nas escolhas que listei atrás isso é notório) uma capacidade de regressão e reflexão sobre objectos da história do design gráfico (ou da produção artística no campo editorial) português, e consegue fazê-lo através de um objecto editorial que, em si mesmo, não empalidece na comparação com os que podemos ver sob as suas páginas/lentes. É, pois, um veículo perfeito para retronautas. Luís Miguel Castro falou da crença dos chineses de que se caminha para o futuro de olhos bem postos no passado e que, quanto mais se conhecer este, melhor se chegará àquele. Eu lembrei-me do personagem do La Jetée de Chris Marker, que procura  no passado a sua própria identidade e as soluções de que necessita, quando o presente não lhe dá espaço e tempo para o fazer.

Bastou-me saber pelo José Bártolo que um dos “artigos” da próxima PLI é sobre a influência do Tropicalismo no design gráfico brasileiro (esperando ecos dessa excelente leitura que foi O Design Gráfico Brasileiro dos Anos 60 de Chico Homem de Mello) para ficar já de bilhete na mão e ouvido pousado sobre os carris. Esperemos que a solidez financeira da ESAD seja suficiente para manter o comboio a circular.

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Entusiasmo justificado

A revista está excelente. Não podia, realmente, estar melhor para quem procura conteúdos no cruzamento da história do design editorial, da edição e, mais genericamente, da cultura popular. Perante a qualidade das pessoas aqui envolvidas, foi algo arriscado do José Bártolo convidar-me para sequer emitir dois bitaites sobre a revista, mas fui de tal forma contagiado pelo “Entusiasmo” (tema deste número duplo da PLI, o 2/3) que, mais do que uma honra, será um prazer falar sobre ela ou sobre o que seja a pretexto dela. Sábado 19 de Maio, às 16:00 horas, na Fabrico Infinito (ao Príncipe Real) e, espera-se, com pouca ou nenhuma chuva.

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Um convite aceite

Um convite do Luís Carmelo, por sugestão do José Bártolo, é de recusa difícil. Aceitei, pois, fazer parte dos “cronistas” do PNETdesign. Espero estar à altura e corresponder.

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A década

Como pôde o José Bártolo, com todos os seus afazeres (aulas, montagem de exposições, crítica) lembrar-se do primeiro dia de postagens deste modesto canto de escrevinhação e apontá-lo na sua resenha do melhor da década ora finda (ou a findar) é algo que me escapa e espanta. O espanto fora já considerável ao descobrir uma referência anterior ao meu design dos Cadernos do Rivoli, dada a quase invisibilidade do projecto, minado por exígua distribuição (cruel augúrio para o que viria depois). Pois, na razão directa desse sincero espanto, aqui fica um sincero agradecimento.

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Avulsos

Ainda a Gateways – No incontornável blogue do Mário Moura (onde, precisamente, descobri a notícia do concurso para a exposição), noticia-se que a Gateways teve um duplo sinal de triunfo: um prolongamento até 6 de Outubro (ou seja, rentrée adentro, o que é de toda a justiça) e a chegada ao topo do (convenhamos, pouco concorrido…) top da secção “Design, Arte e Arquitectura”. Quanto ao prolongamento, nada a dizer a não ser aplaudir (e lamentar que não se lhe junte uma extensão geográfica a Lisboa). Quanto ao Top, uma dúvida: será apenas o Top da loja da FNAC do Norte-Shopping ? Porque em duas lojas dessas cadeia em Lisboa me foi dito que o livro apenas se encontrava à venda lá… E nas lojas Bertrand nem sabem do que se trata quando se pergunta pelo livro. Ainda assim, um triunfo inegável do designer Andrew Howard por ter a ousadia de fazer coisas destas num país onde a iliteracia e a incultura gráficas são norma.

Milton Glaser – No Reactor, leio, numa tradução de José Bártolo, um curioso texto de Milton Glaser precisamente sobre a incultura gráfica, poucos dias após ter recebido em casa um perfeito exemplar da edição de 1973 da monografia publicada pela Overlook Press (a da sobrecapa que reproduz o celebérrimo cartaz de Bob Dylan – um vizinho de Glaser em Woodstock – de 1969). Ao prazer de ter conseguido esse livro a um preço ridiculamente baixo, juntou-se um prazer que foi também confirmação: Glaser escrevia MUITO bem. Os comentários a alguns daqueles trabalhos são os de alguém que despreza a “treta” (esse linguajar que abunda nas “memórias descritivas”) e não se inibe em se auto-criticar abertamente.

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